O Transtorno por
Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH é um transtorno mental de origem neurobiológico, que afeta a crianças, adolescentes e adultos geralmente
inteligentes e criativos.
È o transtorno
mental mais frequente em crianças de 5 a 10 anos de idade com uma prevalência
media de 5%. Pelo menos um em cada 20 alunos o padece.
Está caracterizado
por um desnível na capacidade de atenção e regulação motora; que causa
dificuldades para focar ou manter a atenção constante numa tarefa prolongada, ou
pouco estimulante como assistir às aulas, fazer as tarefas escolares ou ter que
escutar aos adultos.
Frequentemente
esquecem suas coisas, dirigem a atenção para outras atividades antes de terminar
una tarefa ou têm dificuldade para permanecer sentado. Parece não escutar
quando se fala com eles, tem dificuldades para seguir as ordens e instruções e
incorrem em constantes erros por desatenção.
Há crianças desatentas, que não manifestam hiperatividade nem impulsividade. Nas crianças desatentas a dificuldade da atenção esta relacionada com a velocidade no processamento da informação e com a seleção do estimulo adequado a cada situação. Já nas crianças hiperativas – impulsivas a dificuldade da atenção esta relacionada com a regulação da atividade motora e de inibir os estímulos irrelevantes. Dessa forma tem dificuldades também para focar e manter constante a atenção no estimulo adequado.
Há crianças desatentas, que não manifestam hiperatividade nem impulsividade. Nas crianças desatentas a dificuldade da atenção esta relacionada com a velocidade no processamento da informação e com a seleção do estimulo adequado a cada situação. Já nas crianças hiperativas – impulsivas a dificuldade da atenção esta relacionada com a regulação da atividade motora e de inibir os estímulos irrelevantes. Dessa forma tem dificuldades também para focar e manter constante a atenção no estimulo adequado.
Estas últimas
manifestam também condutas impulsivas, como atravessar a rua sem olhar para os
lados, responder antes que se termine de perguntar, não esperar sua vez, bater
em seus companheiros quando o que quer é brincar e outras condutas de risco nas
que parece no medir o perigo. Eram antes tidas como as malcriadas, as brigonas,
as baderneiras, inclusive hoje antes de serem diagnosticadas são consideradas
com estas qualificações, já que seu comportamento é bastante irritante em casa e
na escola. As crianças predominantemente desatentas passam a imagem de crianças
tolas, entretanto seu problema nada tem a ver com falta de inteligência.
Sintomas
Sintomas
Déficit de Atenção:
Dificuldade de manter a atenção em tarefas que precisam esforço e carentes de estímulos. Embora possa manter a atenção em atividades muito estimulantes, como videogames ou filmes de ação. Desvio da atenção com muita freqüência para estímulos sem importância ou irrelevantes.
Dificuldade de manter a atenção em tarefas que precisam esforço e carentes de estímulos. Embora possa manter a atenção em atividades muito estimulantes, como videogames ou filmes de ação. Desvio da atenção com muita freqüência para estímulos sem importância ou irrelevantes.
Hiperatividade:
Atividade excessiva e pouco funcional. Mudança de um assunto para outro com a mínima provocação. Desorganização nas tarefas. Inquietude corporal, move suas mãos e pés ou faz ruídos em situações em é necessário quietude.
Atividade excessiva e pouco funcional. Mudança de um assunto para outro com a mínima provocação. Desorganização nas tarefas. Inquietude corporal, move suas mãos e pés ou faz ruídos em situações em é necessário quietude.
Impulsividade:
Atua irreflexivamente sem ter em conta o contexto social da situação ou o perigo da mesma. Interrompe e responde perguntas antes de serem concluídas, dificuldade para esperar turnos.
Atua irreflexivamente sem ter em conta o contexto social da situação ou o perigo da mesma. Interrompe e responde perguntas antes de serem concluídas, dificuldade para esperar turnos.
Desorganização:
Inicia vários projetos ou atividades e não conclui. Dificuldade em organizar o material e de controlar os tempos.
Inicia vários projetos ou atividades e não conclui. Dificuldade em organizar o material e de controlar os tempos.
Pouco controle da raiva:
Dificuldade para regular as emoções.
As consequências
do TDAH na infância são importantes em função do sofrimento da criança e seu entorno
(família, companheiros e professores) e caso não recebam a psicoterapia específica
para o transtorno fica comprometido em grande forma o futuro jovem e adulto,
com alto impacto na sociedade e na Saúde Pública. Sem a psicoterapia adequada
agregasse outros transtornos mentais; transtornos de conduta,
delinquência, condutas de risco, suicídio, depressão e abuso de sustâncias.
As crianças constroem
sua identidade e sua autoestima a partir do que os outros coinsideram.Se a criança recebe do meio uma imagem negativa, ela vai se considerar ruim, ao mesmo tempo que descobre que isso lhe
traz também alguns benefícios, como o medo de seus companheiros ou seus risos
quando adota o papel de palhaço.
É importante diferenciar
a agressividade (intenção de fazer dano) da impulsividade (dificuldade em
controlar seus impulsos). Sua impulsividade os faz estar sempre metidos em confusões
e brigas.
Muitas crianças impulsivas
são catalogadas como agressivas, causando-lhes dessa forma um dano considerável
a sua personalidade. Se não são compreendidos, estas crianças terminarão sendo
realmente agressivas pelos recorrentes ataques que recebem e por sua
identificação com o papel de mau marcado pelos adultos.
Que estratégias
são possíveis para conviver com o TDAH?
A estratégias
utilizadas pela psicoterapia específica para o TDAH incluem
gerar uma aliança terapêutica com o paciente para que participe
motivado. E
ajudando a ele, seus pais e professores a transformar seus problemas em metas
pessoais concretas e alcançáveis. Também se realizam treinamentos de atenção e autocontrole, assim como assessoramento a pais e professores para
fazer adaptações que incluem modificação no tipo de comunicação com a criança,
fragmentar as tarefas e criar sistemas de motivação constantes e atrativos.
Existe hoje uma
grave distorção no tratamento, tem muitas crianças, adolescentes e adultos sendo
medicados com Ritalina (Metilfenidato) sem receber o tratamento psicoterapêutico
específico para o TDAH.
Isto é grave já que o medicamento controla os sintomas
momentaneamente, porém os processos psicopatológicos continuam sem cambio quando
o paciente não esta medicado.
A terapia psicofarmacológica quando indicada,
deve de estar estritamente vinculada a uma psicoterapia que aponte a
auto-regulação e readaptação social e cognitiva da crianças com TDAH.
Qual é o papel
das escolas?
O TDAH é
considerado pelo o Conselho Estadual de Pessoas com Deficiência do Ceará como
uma deficiência já que é um transtorno crônico que produz desvantagens em sua adaptação escolar e seu aprendizagem acadêmico. E como tal deve ser considerado dentro das necessidades educativa especiais e
dentro da lei de educação inclusiva.
As escolas tem uma divida histórica com as necessidades educativas especiais em geral e com TDAH em particular. Mas a responsabilidade desta situação não deve de recair só nas escolas.
Somos nos os profissionais especializados que devemos sensibilizar adequadamente as escolas e oferecer cursos de atualização aos professores para que eles, junto com a escola, tenham as ferramentas educativas adequadas.
As escolas tem uma divida histórica com as necessidades educativas especiais em geral e com TDAH em particular. Mas a responsabilidade desta situação não deve de recair só nas escolas.
Somos nos os profissionais especializados que devemos sensibilizar adequadamente as escolas e oferecer cursos de atualização aos professores para que eles, junto com a escola, tenham as ferramentas educativas adequadas.
Bryt, F. 2014
O TDAH em Adultos
Em adultos existe um predomínio de sintomas cognitivos, diferente do quadro com predominância de sintomas motores e comportamentais apresentados em crianças.
Os problemas emocionais e de relacionamento comuns em adultos portadores do transtorno e a freqüente presença das co-morbidades prejudicam a identificação e o diagnóstico do TDAH em adultos.
Alguns sintomas e características do TDAH podem ser mais facilmente identificados considerando os oito fatores que incluem o transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em Adultos, a saber:
1. Desatenção: Os adultos portadores de TDAH apresentam dificuldades para se concentrar em várias coisas. No trabalho encontram problemas para permanecer focados em uma determinada tarefa e por vezes não conseguem finalizá-la. Em casa podem não ter controle dos afazeres domésticos e passam de um projeto a outro sem terminar nenhum deles. Em situações sociais podem sofrer grande constrangimento por não conseguirem se concentrar em conversas e provocarem no outro a sensação de desinteresse e tédio.
2. Impulsividade: Em adultos é mais restrita que em crianças. Em situações sociais onde as demais pessoas não são muito conhecidas, os portadores de TDAH se forçam a manter o autocontrole, mas sentem um imenso desconforto devido ao medo constante do que podem fazer ou dizer. Quando a situação envolve pessoas conhecidas, esses adultos muitas vezes mostram uma tendência a interromper os outros, deixam escapar comentários inadequados, falam muito alto ou até mesmo gritam.
3. Dificuldade em esperar ser atendido: Tem relação com a impulsividade. Este traço provoca a sensação de impaciência e intensa frustração no portador de TDAH quando ele precisa esperar e pensar. O adulto portador também pode demonstrar impaciência para tarefas cotidianas, tais como controlar um talão de cheques, preencher e arquivar formulários, pagar contas, administrar dinheiro e cartões de crédito ou até mesmo ler uma revista.
4. Superexcitação emocional: Os adultos com TDAH apresentam acessos de mau humor de forma mais restrita quando estão em público do que crianças, no entanto estes ainda podem ser intimidadores para as outras pessoas. No trabalho estes adultos podem causar a impressão de serem mal-humorados e irritáveis. Em casa, o mau humor atinge o cônjuge e os filhos. No caso de pais portadores de TDAH que têm filhos também portadores do transtorno, é possível que o quadro deste último seja agravado em virtude da baixa tolerância do primeiro.
5. Hiperatividade: A hiperatividade motora bruta pode ser substituída por uma agitação ou inquietação geral e em alguns adultos a hiperatividade assume uma forma verbal.
6. Desobediência: Na fase adulta, portadores de TDAH apresentam menos problemas em seguir regras e isto pode ser devido ao fato de que como adultos enfrentam menos situações nas quais outros têm de lhe dizer o que fazer. No entanto, estudos indicam que até 25% dos adultos com TDAH podem ter sérios problemas de conduta anti-social.
7. Problemas sociais: Muitos adultos com TDAH sentem-se isolados e solitários, pois para alguns deles é difícil manter relacionamentos de longa duração, principalmente devido ao mau humor freqüente e comportamento “mandão”.
8. Desorganização: Os adultos portadores podem ter problemas com datas, horários e compromissos. No trabalho, tende à procrastinação de tarefas que julgam desinteressantes e/ou desagradáveis, o que pode causar significativas confusões e constrangimentos.
Os tratamentos inadequados.
Por Fernando Bryt
Que tipo de tratamento não é o indicado para o TDAH?
Esta curta pergunta
tem uma extensa resposta, já que assim como o TDAH não tratado, um
tratamento inadequado do TDAH tem como resultado um prognóstico muito
desfavorável.
Terapias alternativas
Lamentavelmente as terapias
alternativas, florais, Reiky, homeopatia, etc. não têm mais eficácia no
tratamento do TDAH que as encontradas nos placebos. As técnicas e as
sustâncias naturais que conseguem efeitos relaxantes e tranqüilizantes
podem melhorar a qualidade de vida de qualquer pessoa, mas não são
eficazes para o sintomas específicos do TDAH.
Tratamentos psicológicos não orientativos.
No entanto, muitos
conhecimentos das psicoterapias tradicionais profundas e psicodinâmicas
são muito uteis em qualquer prática clínica em saúde mental,
lamentavelmente as psicoterapias que não orientam, não ajudam na
organização cotidiana da pessoa, e que não têm como uma de suas
ferramentas técnicas fundamentais a guia da família e da escola, em caso
de crianças e adolescentes, não têm eficácia para o tratamento do TDAH.
Podem ser ou não muito produtivas para outros problemas mas não para o
TDAH.
Tratamento farmacológico sem psicoterapia.
A medicação é indicada após uma análise da proporção entre os benefícios e riscos em cada caso particular.
A
terapia psicofarmacológica quando indicada, deve de estar estritamente
vinculada a uma psicoterapia que aponte a auto-regulação e
readaptação sócio-emocional e cognitiva. Com a finalidade de que o
sujeito consiga lidar com êxito nas distintas áreas, aceitando,
reconhecendo e controlando por ele mesmo suas características
neuropsicológicas específicas, para que estas não sejam limitantes no
seu desenvolvimento e não dependam do acerto na dose correta e dos bons efeitos dos psicoestimulantes para toda sua vida.
A pessoa com TDAH como portador de um transtorno que em sua evolução
afeta a construção da identidade, sua auto-estima e a regulação
cognitivo-emocional, deve de ser tratada em psicoterapia sem dilação,
sem espera. Os efeitos imediatos do metilfenidato úteis para agüentar a
investida do TDAH no ambiente, não deveriam desviar a nossa atenção em
intervir nestas dimensões que determinarão a evolução da pessoa, seja
ou não medicado.